29/08/2009 - Araripina - PE
A questão do disciplinamento do trânsito em Araripina sempre foi um problema sério na cidade. Quando a cidade foi asfaltada anos passados, aqui mesmo no site, lembro-me de uma charge muito engraçada que criticava o asfaltamento das principais vias de Araripina. Acreditava-se, naquele momento, que muitos motoqueiros e motoristas iriam transformar as ruas do município em pistas de Fórmula Um, colocando em risco os pedestres. De fato, logo no início, deslumbrados com a novidade, alguns motoqueiros e motoristas tentaram mostrar suas “habilidades” desenvolvendo altas velocidades nas vias públicas, cantando pneu, como se diz na gíria popular.
Passados alguns anos, porém, aos poucos, nota-se um certo disciplinamento espontâneo dos motoristas com as leis de trânsito e o asfalto não se mostrou como o principal fator de desrespeito nas vias da cidade. Antes, o que era comum, um sinal fechado não era suficiente para que um transeunte atravessasse numa faixa de pedestre e não fosse ameaçado por alguém no volante. Agora, observa-se que até em faixas de pedestre onde não há semáforos, muitos motoristas páram seus automóveis para o pedestre atravessar a rua. Não é nada de excepcional por se tratar de uma demonstração de civilidade e educação do condutor do automóvel. Aliada à boa prática no volante, é também necessário que o transeunte se eduque e não atravesse a rua com sinal aberto e fora da faixa de pedestre.
Todo esse quadro demonstra que nem sempre a repressão policial é a arma mais eficiente para que o cidadão respeite a Lei, bastando apenas que a educação seja propragada para que a civilidade se manifeste e todos convivam em harmonia e paz social, inclusive no trânsito. Isso, por exemplo, explica porque os países anglo-saxônicos não tenham tantas normas escritas para reger a vida do cidadão e mesmo assim não há a transgressão corrente comum à vida em sociedade existente nos países românicos.
Não quero dizer com todo esse viés argumentativo, porém, que devamos viver no império dos “bons costumes civilizatórios”, onde a consciência da população seja suficiente para que as regras sociais não sejam quebradas, sem a necessidade da repressão policial (com moderação e proporcionalidade) ou mesmo do cipoal de leis normatizando a vida diária da população; apenas quero demonstrar que além da imperiosa presença ostensiva dos agentes de segurança pública disciplinando e colocando ordem nas transgressões do cotidiano, é preciso investir mais na educação-base do cidadão, inclusive no trânsito, no sentido de que a paz social e os bons costumes sociais sejam manifestados de forma espontânea e não impostos coercitivamente.
Sandro Moraes Advogado
Fonte:
http://www.araripina.com.br/educacao-no-transito-razoes-para-se-acreditar-na-consciencia (acessado em 29/08/09)
A questão do disciplinamento do trânsito em Araripina sempre foi um problema sério na cidade. Quando a cidade foi asfaltada anos passados, aqui mesmo no site, lembro-me de uma charge muito engraçada que criticava o asfaltamento das principais vias de Araripina. Acreditava-se, naquele momento, que muitos motoqueiros e motoristas iriam transformar as ruas do município em pistas de Fórmula Um, colocando em risco os pedestres. De fato, logo no início, deslumbrados com a novidade, alguns motoqueiros e motoristas tentaram mostrar suas “habilidades” desenvolvendo altas velocidades nas vias públicas, cantando pneu, como se diz na gíria popular.
Passados alguns anos, porém, aos poucos, nota-se um certo disciplinamento espontâneo dos motoristas com as leis de trânsito e o asfalto não se mostrou como o principal fator de desrespeito nas vias da cidade. Antes, o que era comum, um sinal fechado não era suficiente para que um transeunte atravessasse numa faixa de pedestre e não fosse ameaçado por alguém no volante. Agora, observa-se que até em faixas de pedestre onde não há semáforos, muitos motoristas páram seus automóveis para o pedestre atravessar a rua. Não é nada de excepcional por se tratar de uma demonstração de civilidade e educação do condutor do automóvel. Aliada à boa prática no volante, é também necessário que o transeunte se eduque e não atravesse a rua com sinal aberto e fora da faixa de pedestre.
Todo esse quadro demonstra que nem sempre a repressão policial é a arma mais eficiente para que o cidadão respeite a Lei, bastando apenas que a educação seja propragada para que a civilidade se manifeste e todos convivam em harmonia e paz social, inclusive no trânsito. Isso, por exemplo, explica porque os países anglo-saxônicos não tenham tantas normas escritas para reger a vida do cidadão e mesmo assim não há a transgressão corrente comum à vida em sociedade existente nos países românicos.
Não quero dizer com todo esse viés argumentativo, porém, que devamos viver no império dos “bons costumes civilizatórios”, onde a consciência da população seja suficiente para que as regras sociais não sejam quebradas, sem a necessidade da repressão policial (com moderação e proporcionalidade) ou mesmo do cipoal de leis normatizando a vida diária da população; apenas quero demonstrar que além da imperiosa presença ostensiva dos agentes de segurança pública disciplinando e colocando ordem nas transgressões do cotidiano, é preciso investir mais na educação-base do cidadão, inclusive no trânsito, no sentido de que a paz social e os bons costumes sociais sejam manifestados de forma espontânea e não impostos coercitivamente.
Sandro Moraes Advogado
Fonte:
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