Da Redação
CÉSAR MIRANDA
Utilizada para o trabalho ou para flanar pelas ruas, a bicicleta é um meio de transporte muito comum na Baixada Santista. Motivos não faltam: cidades planas, distâncias relativamente curtas e um razoável número de ciclovias. Só em Santos são quase 20 quilômetros.
Além de não contribuir para poluir o meio ambiente e desafogar o trânsito, pedalar faz bem a saúde. Entretanto, há muitos ciclistas que não sabem tirar o melhor proveito da magrela, desrespeitando a própria vida e principalmente a de terceiros.
Não é difícil sair por aí e constatar o grande número de imprudências. No ranking da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), conduzir bicicleta em calçadas, avançar sinal vermelho e andar pela contramão lideram as ocorrências mais cometidas.
Do começo do ano até agora, os fiscais da CET já fizeram 127 ciclistas voltarem para casa a pé por terem infringido a legislação em Santos. Uma média de 40 bikes foram recolhidas por mês. Elas são devolvidas apenas depois do proprietário pagar uma multa ou fazer um curso de reciclagem.
Para pegar dicas de bons modos, A Tribuna entrevistou o santista Júlio Paterlini, que começou a praticar ciclismo aos 10 anos e nunca mais abandonou. Aos 43, coleciona cerca de 200 títulos, destacando-se os de vice-campeão pan-americano, campeão brasileiro em todas as categorias (Junior, Elite, Master) e bicampeão brasileiro em longa distância (800 quilômetros).
EDUCAÇÃO
Autoridade no assunto, Paterlini diz que, para termos ciclistas conscientes no futuro, a receita é simples e não há outra forma de mudar o comportamento dos jovens: é necessário investir em educação de trânsito nos primeiros anos de vida escolar.
"Antes de ter um carro, quando ficarem adultos, eles terão uma bicicleta na infância ou adolescência", sentenciou. Quem respeita o trânsito, reforçou ele, dirigindo uma bike, não terá dificuldade em manter o controle quando botar as mãos no volante.
O campeão entende que uma bike pode ser uma arma: caso não seja usada com bom senso irá machucar o ciclista ou ferir outra pessoa. Se a ideia é sair correndo por aí, Paterlini diz que é melhor fazer como ele e outros ciclistas, treinar nas rodovias da região.
Expectativa
Está tramitando no Senado Federal um projeto de lei, do senador Romeu Tuma (PTB-SP), que exige que os fabricantes instalem acessórios obrigatórios (retrovisor, campainha, olho de gato) nas bicicletas. O pedido de criação do PL foi sugestão do presidente da Associação Brasileira de Ciclistas (ABC), José Teixeira Felix. Hoje, conforme o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), compete ao ciclista fazer a instalação. Dependendo da qualidade do kit de acessórios, o preço pode ser entre R$ 30,00 a R$ 40,00. "Em razão do custo, muita gente que só tem condição para pagar pela bicicleta, não adquire". Felix acredita que o número de abusos poderia diminuir caso as bicicletas viessem com o kit. "O ciclista inteligente anda equipado".
Fonte:
http://atribunadigital.globo.com/bn_conteudo.asp?cod=427140&opr=103 (acessado em 10/08/09)
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